02 novembro 2010

Recursos humanos e mérito profissional ainda pouco valorizados: assim se afunda o nosso país

Capital humano: um dos mais importantes factores de sucesso de uma organização

Até que ponto se pode fazer um bom trabalho quando os recursos são verdadeiramente limitados, os financeiros e os humanos? Serão a nossa boa vontade e empenho suficientes?
Sempre pensei que o nosso trabalho fala mais alto e que se tiver qualidade mais cedo ou mais tarde acaba por dar os seus frutos e ser devidamente reconhecido. E, de facto, assim é.
É com enorme alegria que ouço aqueles que nos visitam assinalar o progresso que a nossa instituição tem vindo a registar nos últimos anos e a qualidade dos projectos desenvolvidos, bem como a aproximação a toda a comunidade escolar do concelho. Fico, de facto, contente por sentir que, de alguma forma, contribuímos para o desenvolvimento do país, ainda que de uma forma muito modesta.
Tem sido uma aventura quixotesca, ultrapassando aos poucos a falta de verbas, a falta de recursos humanos e a fraca qualificação dos poucos funcionários existentes. Por vezes, são necessários anos para conseguir preparar uma equipa de trabalho com competências para desempenhar um trabalho de qualidade, mas bastam apenas algumas más decisões tomadas por quem está acima de nós para colocar a perder todo o trabalho que levámos anos a construir. É pena que muitas pessoas que ocupam importantes cargos nas nossas instituições ainda não tenham compreendido que o mais importante capital que se pode ter e se deve preservar é o capital humano. O de qualidade. Não o que está num serviço porque tem bons contactos, leia-se cunhas, mas sim o que conseguiu o seu lugar por mérito próprio.
É com tristeza que ao longo dos anos tenho assistido à saída de alguns colaboradores que se viram obrigados a sair por não lhes terem sido dadas as oportunidades que eles necessitavam e tinham dado provas merecer. Acredito que quando temos pessoas dedicadas e competentes mantê-las é uma questão de inteligência e boa gestão. A qualidade dos serviços públicos depende em muito das pessoas que neles trabalham. Mais do que a maioria dos decisores geralmente reconhece. É pena....

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