16 fevereiro 2011

Gestão de conflitos ou gestão de (grandes) egos?

Cada vez mais me convenço que o mais difícil não é gerir os serviços, mas sim gerir as pessoas e os seus grandes egos.
Incutir o valor do trabalho, a importância do trabalho em equipa, isso sim, é difícil. Fazê-los perceber que o seu trabalho só faz sentido quando inserido num todo maior que deve estar em sintonia com o trabalho dos outros colegas. Que todas as partes são essenciais para o bom funcionamento do todo, como qualquer organismo que só está bem quando todos os seus órgãos funcionam em harmonia.
Numa biblioteca passa-se exactamente o mesmo. O tratamento documental e o atendimento ao público são tão importantes quanto as actividades de animação da leitura, são partes de um mesmo todo. Isolados pouco valem, mas quando combinados adquirem outra força.
A biblioteca não pode viver apenas centrada no seu fundo documental, tem de o complementar com outros serviços que dêem resposta aos crescentes anseios dos seus utilizadores. Por sua vez, a animação não pode viver desligada do resto dos serviços da biblioteca, pois deverá servir para divulgar a colecção da biblioteca, atrair novos públicos e promover a leitura e a literacia. Se se limitar a existir por si só, desligada dos restantes serviços da biblioteca, perde a sua pertinência, a razão da sua existência.
O curioso é que, na maioria dos casos, as pessoas tendem a fechar-se no seu mundo, a centrarem-se apenas nas" suas" tarefas, sem se importarem em compreender e participar nas tarefas "dos outros".
Os técnicos de biblioteca sentem-se menosprezados em relação aos animadores culturais, por considerarem que o seu trabalho não é tão visível; os animadores gostam de chamar a si os louros das actividades porque são eles que dão a cara durante as actividades, esquecendo-se que estas foram também preparadas pelos restantes colegas que contribuiram com muito trabalho de bastidores, para o sucesso das mesmas. O dia da actividade é apenas o culminar do trabalho de toda uma equipa que deverá ver o seu esforço devidamente reconhecido, e não apenas do animador.
Tento envolver e dar igual visibilidade a todos os funcionários, até para combater a tendência que algumas pessoas têm em querer chamar a si todo o protagonismo e apropriar-se do mérito do trabalho dos colegas. Mas é muito dificil, por vezes até frustrante, quando mesmo os que se queixam de não estar a ver o seu trabalho reconhecido insistem em continuar na sombra e não se chegam à frente quando lhes é dada a oportunidade de darem a cara pela actividade que ajudaram a desenvolver. Assim é difícil!

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