09 julho 2006

O prazer de ler











Lembram-se das histórias de encantar que os vossos pais vos liam e reliam vezes sem conta antes de adormecerem? Da magia que vos invadia de cada vez que eles viravam as páginas dos vossos livros preferidos?
Pois até 4 de Agosto podem reviver a magia desses momentos se visitarem o site
Children's eBook Collection, que contem algumas das mais deliciosas histórias infantis de todos os tempos. Só tem um senão: os livros estão todos em inglês... É pena! De qualquer das formas podem mostrar as imagens aos vossos filhos, sobrinhos, netos, etc e contar a história em português. Vão ver que vale a pena!
A tão apregoada promoção da leitura deve começar em casa. Por cada um de nós ser capaz de incutir o gosto pela leitura desde a mais tenra idade. Colocar à disposição das crianças todas as vantagens que a leitura pode proporcionar: o desenvolvimento da imaginação, da capacidade de expressão e da capacidade lógica.
Cabe-nos a essencial tarefa de proporcionar aos mais novos o contacto com a leitura, mas não o façamos na ilusão de que podemos impor os nossos gostos a outrem.
É certo que a leitura nos coloca em contacto com todo um mundo de vantagens, mas tenhamos consciência que nem todas as pessoas desenvolverão uma relação similar com os livros. Uns aprenderão a gostar de ler, outros não poderão viver sem leituras, outros ainda haverá que não gostarão de ler. É a lei natural das coisas, por mais que a alguns de nós nos custe imaginar a vida sem livros. Nem todos temos os mesmos gostos, uns gostam mais de comer carne, outros peixe, outros ainda verduras. Não é por aí que o mundo acaba. Cada pessoa tem os seus próprios interesses e temos de o respeitar.
A leitura é prazeirosa, nunca deverá ser forçada, pois isso vai contra a natureza da mesma. Ler é crescer, aprender, evoluir, mas só quando o fazemos por prazer, porque queremos. Parece-me, pois, essencial que todas as entidades envolvidas na promoção da leitura (pais, professores, bibliotecas públicas e o próprio estado) repensem a forma como esta tem vindo a ser desenvolvida. Assiste-se, actualmente, a um discurso da imposição da leitura, como se a imposição das coisas alguma vez tivesse tido resultados positivos. Antes pelo contrário! Quem não se lembra de ter já feito algo só para contrariar o que lhe era imposto pelos pais ou pelo sistema? Não temos todos a tendência a rejeitar o que nos é de alguma forma imposto? Quem pode falar verdadeiramente de leitura se dela não for retirado todo o prazer que esta pode proporcionar?

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